Vivenciar diversos estágios do mundo da tecnologia proporcionaram grande experiência na minha vida. Foram várias passagens interessantes.
Tinha um equipamento? Era preciso buscar a informação em fontes como revistas e até jornais (eu escrevi para ambos) e existiam legiões de seguidores que só se tornavam conhecidos e mensuráveis quando você ia em um evento ou encontro.
Ao meu ver, o ponto alto foi quando a pulverização dos computadores deu início e com ela, as tentativas de colaboração interpessoais ampliavam a troca de ideias e negócios. A mais ousada foi a BBS (Bulletin Board System) que com nodes (nós ou pontos de acesso) finitos eram um mix de pré-internet com repositórios (fóruns) de dicas e programas como um mundo paralelo (estamos falando de algo na década de 1990) e que usualmente funcionavam em horários tardios e nada cobravam.
Em certo momento, eu me especializei neste tipo de sistema (PC Board) e cheguei a ter um que usava o meu computador e linhas de telefone para conectar duas pessoas (como um fanzine eletrônico underground) disponibilizando acesso ao meu acervo e onde também era possível compartilhar arquivos, textos e conversar. Tudo era local, uma tribo.
Assustou quando um dia muito antes da chegada da famosa arroba (“@”), um usuário de outro país solicitou acesso e pediu para bater um papo e de início teclou: “-Hola, ¿cómo estas?”. Fiquei sem palavras e pensei: “Acabaram-se as fronteiras? As relações e tecnologias são globais?”. Juro, eu mais parecia um extraterrestre buscando respostas para aquela situação que soava absurda. Ainda bem que eu estava equivocado.