E, antes de “bater cabeça” por aí, quando eu tinha apenas 12 anos (1986), decidi ir em uma editora (Circo Editorial) mostrar aos caras da Chiclete com Banana (Angeli), Geraldão (Glauco) e Piratas do Tietê (Laerte) o que eu sabia fazer e quem sabe ainda desenhar algo por lá. Mas, as revistas tinham conteúdos para pessoas maduras, com textos e às vezes imagens um pouco “marcantes”, mas que hoje seriam tratadas de forma bastante natural.
Foi um encontro e um aprendizado onde o(a) especial Laerte me atendeu com toda a paciência do mundo, leu minhas tiras e HQs e vários roteiros que eu tinha criado e preparado. No fim, saí de lá com um livro dele autografado (imagem abaixo) e com a promessa de fazermos algo juntos, quase um apadrinhamento.
Eu já havia feito algumas tentativas ao longo dos meus 46 anos de vida em produzir um logo que ligasse uma identidade visual ao meu nome, e na grande maioria das vezes, não houve grande aderência, pois eu sempre persistia em reproduzir um desenho fazendo alusão da figura humana ou tentando contextualizar tudo usando a letra “o”.
Se você chegou até aqui, se me acompanha ou já me conhece, já deve imaginar o quanto passei por ter um nome latino e que desde o século passado, tem ligação com o nosso dia a dia na ação de assistir algum conteúdo. Assim francamente, prefiro não aprofundar, pois no final, não ajuda muito.
Foi desafiador debruçar e passar um bom tempo pensando e refletindo em ser simples, comunicável e paralelamente compreensível. A busca fez com que eu chegasse ao modelo visual mais adequado para transmitir a essência usando a escrita estilizada e tornando o desenho único e permitindo, por exemplo, alguns elementos, como a letra “o” e os pingos dos “is”, em uma proposta lúdica. Também apostei na usabilidade e tendências, liberando a cartela de cores e gradientes tanto dentro como ao redor, e até pequenas modificações pontuais para atender demandas e impulsos momentâneos, enfim, não limitando a criatividade, tampouco os gatilhos mentais para a escalabilidade e lembrança, contudo, seguindo regras estabelecidas e com uma boa pitada de bom senso para que não exista o desabono da marca.
Veja o resultado “novídio” (risos)… 😊
E abaixo, experiências gráficas que demonstram como é bom ter uma marca de espírito livre: