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A potência financeira da música.

Um panorama sobre a transição de ideias, sons, gente, plataformas e máquinas.

Música, um dos setores do entretenimento mais antigos do mundo. Se excluirmos o batuque entre objetos vindos de nossos ancestrais no início do planeta, chegaremos ao primeiro registro em papel ocorrido há 35 mil anos atrás pelo chinês Qiugong, no século VI, contudo e preservando a história, vale lembrar que 1.200 anos antes, Pitágoras já estudava o tema.

Desde então, ela sempre esteve em nossas vidas para dar algum tipo de aconchego com melodias e composições que podem alterar nosso humor, comportamento e expressão. Do lado daqueles que produzem, o som que mais se escuta é o da caixa registradora que nos últimos oito anos consecutivos cresceu seus números vertiginosamente. Só em 2022 subiu 9,0% alcançando US$ 26,2 Bilhões como demonstrado no relatório State of the Industry (que pode ser baixado aqui) da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica).

O vetor foi o streaming que mantêm 589 Milhões de assinaturas pagantes e que por sua vez, não querem nenhum tipo de interrupção com anúncios. Este grupo quando adicionado com os que aceitam algum tipo de publicidade, já representa 67,0% da fatia dos rendimentos e mesmo assim, outros segmentos como os formatos físicos, de direitos de execução pública e sincronização também pivotaram, ficando em decadência apenas o formato via download.

Receita global do setor de música gravada de 1999 a 2022 (em US$ Bi). Fonte: IFPI.
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Receita global de música gravada por segmento em 2022. Fonte: IFPI.
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Este progresso está ocorrendo por todas as regiões, sendo os Estados Unidos/Canadá (+5,0%), Europa (+7,5%), América Latina (+25,9%), Asia (+15,4%), Austrália (+8,1%), Oriente Médio/Norte da África (+23,8%) e África Sub-Sahara (+34,7%) os mais significativos na conversão desta demanda. E, se desmembrarmos os dez principais países, obtemos por ordem: 1. Estados Unidos, 2. Japão, 3. Reino Unido, 4. Alemanha, 5. China, 6. França, 7. Coréia do Sul, 8. Canadá, 9. Brasil e 10. Austrália.

Para sustentar esta máquina de negócios existe um amparo vindo de executivos qualificados que promovem a melhor jornada ao artista, aprimorando a visão criativa, compreendendo melhor seus consumidores e transformando a celebridade em um sucesso financeiro. Assim, no mundo atual os TOP 10 são: 1. Taylor Swift, 2. BTS, 3. Drake, 4. Bad Bunny, 5. The Weeknd, 6. Seventeen, 7. Stray Kids, 8. Harry Styles, 9. Jay Chou e 10. Ed Sheeran, conforme o Global Charts.

Sucesso criativo e comercial de longo prazo. Fonte: IFPI.
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América Latina e Brasil

Atrás somente da África Sub-Sahara, a América Latina está há uma década colecionando expansões de dois dígitos e desponta com 25,9% no estudo, onde o Brasil (+15,4%) e o México (+24,3%) são os que tiveram maior impulso, e por aqui também se observa que 85,2% dos lucros vem do streaming.

Ocupando a nona posição global, o Brasil cresceu pela sexta vez consecutiva e em valores totais atingiu US$ 489 Milhões, e mesmo passando por momentos bem difíceis na pandemia entre 2020 e 2022, o faturamento dobrou no período, e de novo, o streaming foi o protagonista para um salto nos ganhos, representando 86,2% na participação do país.

A audiência local busca por canções de raízes culturais, ou seja, os gêneros que demonstram o cotidiano do brasileiro médio, e assim, o engajamento transbordou o eixo Rio – São Paulo vindo principalmente do Nordeste que abriga 60 Milhões de ouvintes. Os mais escutados foram: 1. Sertanejo Pop, 2. Funk Carioca, 3. Sertanejo Universitário, 4. Sertanejo e 5. Arrocha, segundo o Spotify Wrapped 2022. Também foi medido quem são os TOP 5 talentos pela plataforma: 1. Marília Mendonça (1995 – 2021), 2. Henrique & Juliano, 3. Jorge & Mateus, 4. Gusttavo Lima e 5. Maiara & Maraisa. Já Anitta teve destaque especial, pois foi a primeira brasileira e a primeira latino-americana a ser a número um no Top 50 Global com “Envolver“.

Brasil: Receita de música gravada por segmento em 2022. Fonte: Pró-Música Brasil.
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Brasil: Receitas de streaming por formato em 2022. Fonte: Pró-Música Brasil.
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Logo, as plataformas digitais como: Spotify, Deezer, Amazon Music, Apple Music, Youtube Music, Napster, Tidal, Resso e outras, conquistaram em nosso país US$ 260,0 Milhões, e no campo do streaming remunerado por anúncios (ad-supported) o montante de US$ 86,6 Milhões, e assim, no comparativo de 2021 tiveram variação positiva de 21,6% e 35,2%, respectivamente.

O retorno dos shows

Os números são bons nos aplicativos, porém há o cascateamento entre o intérprete ou banda e os seus agregados (compositores, editores, etc.) e neste momento, a quantidade de transmissões necessita ser alta para um resultado adequado e manutenção de toda a estrutura.

Por curiosidade, saiba que hoje a cada dez plays solicitados de uma música, o pagamento é em média de US$ 0,04, logo a busca por hits é incessante, e como parte da monetização o retorno aos palcos é uma camada relevante da receita sem os intermediários.

Industria da música ao vivo voltará da crise da COVID-19 em 2023. Fonte: Statista.
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Inteligência artificial e blockchain como vantagem

Muitos anos antes, especificamente em 2016, o aprendizado de máquina (ou machine learning em inglês) combinado com a inteligência artificial (ou artificial intelligence) já trabalhavam em favor da cultura disruptiva, ao fazer “Neural“, uma música construída entre o RZO e Sabotage (1973 – 2003).

Neural, make in off. Fonte: Spotify Brasil.

O futuro chegou e agora estamos eufóricos com as situações inusitadas que a IA pode ajudar (ou não) a cena, como no caso do remix criado por uma delas de nome “Heart On My Sleeve” que juntou Drake e The Weeknd, uma dupla que jamais conceberam algo juntos, virando alvo de discussões sobre questões legais e criativas.

Ou ainda, ver como ela poderá escalar mais oportunidades, como no incrível exemplo do coreano Midnatt que lançou a música “Masquerade” em seis línguas diferentes ao mesmo tempo (ouça as versões: Coreano, Inglês, Espanhol, Japonês, Chinês e Vietnamita) e que está revolucionando o método.

E mais do que isso, com o blockchain e web3 unidos, a experiência dos fãs será amplificada com a possibilidade de ter acesso a colecionáveis, ingressos, NFTs, áudios de melhor qualidade, sistemas de pagamentos diferenciados e proximidade aos seus artistas preferidos, ou seja, um ecossistema digital que transacionará por tecnologia, valores e proteção ao conteúdo genuíno, colaborando em uma explosão de novas tendências aos que almejam fazer fortuna.

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