Sou apaixonado por tecnologia e criei ótima familiaridade com ela, mas isso só foi possível com muita vivência, aprendizado e respeito. Nos anos 1980, o futuro era vendido como uma commodity e atraia os olhares de todos, e eu sinceramente, era só mais um nesta multidão, mero expectador. Sem fundos financeiros, o meu alicerce era sair desenhando, pois já tinha vindo no pacote, nato.
Dez anos se passaram e em um evento de informática, disseram-me que daria para fazer uma animação com o uso do computador, algo que eu queria bastante. Eu, jovem ao extremo, sabia que uma cena de um segundo consumia vinte e quatro quadros, o que exigiria dedicação e uma equipe. Aquilo me intrigou. Como uma máquina conseguiria suplantar tantos artistas? De repente, passei em frente à um stand e lá estavam micros de tela verde com um bichinho dançando (The Dancing Demon, TRS-80) e meus olhos brilharam…
Honestamente, o futuro não estava tão próximo como profetizavam, e lá no início dos anos 1990, comprei com muito custo um microcomputador TK90X (ZX Spectrum) convencido de que iria concretizar meu desejo e fui novamente surpreendido pelas limitações. A história era real, mas tecnicamente existia um vale entre a expectativa e a realidade. Logo, adquiri um equipamento da linha MSX e assim, o meu mundo deu um passo significativo, pois além das amizades que vieram, ele tinha mais periféricos que poderiam ajudar na empreitada, mas com valores tão altos para a compra adiei muito o meu foco, aliás, corrigindo, alterei o foco e parte desta jornada está exposta nesta entrevista concedida à Clube MSX e que lhe convido a baixar o trecho.